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Quando a aprendizagem acontece além - ou apesar - da escola.

Talvez o perfil dos estudantes esteja mais próximo daquilo que o mundo do trabalho espera deles do que pensávamos. E eles estão fazendo isso sozinhos.


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O episódio "High School Students Say They Learn The Most Important Skills Outside of School" (Estudantes de Ensino Médio dizem que aprendem as habilidades mais importantes fora da escola), que foi ao ar em 05/07, no EdSurge Podcast, entrevistou Julie Evans.


A CEO do Project Tomorrow [1], fala de seu novo livro (“Free Agent Learning: Leveraging Students' Self-Directed Learning to Transform K-12 Education.”) sobre a aprendizagem auto dirigida na educação básica. Em cerca de 30 minutos, tocou em algumas questões pelas quais valem uma pausa:


  • Basicamente, quatro demandas levam os estudantes à prática da aprendizagem auto dirigida: necessidade de reforço e/ou recuperação escolar; busca por habilidades consideradas úteis para seu futuro; curiosidade, normalmente originada na escola, acerca de algum conteúdo específico; procura por informações sobre Universidades, cursos e processos seletivos;

  • Cerca de dois terços dos estudantes praticam regularmente algum tipo de aprendizagem autodirigida. Trata-se de um comportamento universal, com pouquíssima variação entre membros de grupos focais distintos, ou seja, não restrita a estudantes identificáveis por algum tipo de privilégio intelectual, social ou econômico;

  • Como já se anunciou no título do Podcast, a maioria esmagadora dos alunos (tanto do ensino fundamental quanto do ensino médio) diz que as habilidades mais importantes para seu futuro são as que estão adquirindo por conta própria, fora da escola;

  • A tecnologia, por si só, não é percebida pelos estudantes como responsável por aumentar seu engajamento em aprender algo sobre qualquer conteúdo. Ela é um meio que os empodera para o aprendizado daquilo que lhes interessa;

  • A escola, de um modo geral, tende a desconsiderar, ou desvalorizar, aquilo que se aprende fora dela. Junto com aquilo que costuma ser rotulado como mera diversão, desenvolvem-se muitas habilidades e aprende-se muito. Mesmo quando um estudante está, por exemplo, "simplesmente" jogando, estão se desenvolvendo inúmeras habilidades necessárias ao jogo. E aplicáveis fora dele. Pode estar aprendendo a colaborar, se estiver num ambiente multiplayer. Ou, quando está, por conta própria, aprendendo Matemática, técnicas de Photoshop, edição de vídeos ou truques de skate: tudo isso integra um rico, próprio e personalizado universo de aprendizagem que não costuma ser visto e compreendido como tal.

Nossa visão de que aprendizagem é um fenômeno que só acontece de segunda a sexta-feira, dentro do horário escolar, precisa ser repensada. Na realidade, é uma empreitada de 24 horas por dia, 7 dias por semana, com pausas - talvez - para as horas de sono.


Majoritariamente, estudantes já são lifelong learners. Intrinsecamente motivados, buscam e encontram na abundância e na acessibilidade da oferta a mais genuína personalização da aprendizagem, atendendo a seu interesse, curiosidade, necessidade ou utilitarismo, a depender da demanda. Exatamente como o mundo precisa que façam.


Será o fim do "school based world"?


A aprendizagem, pelo visto, acontece, como flor que brota até do asfalto, se preciso. Sem dúvida, nos cabe escolher nosso papel. Podemos seguir sendo asfalto, duros em nossas convicções, áridos em nossas certezas, negando crescimento na escassez de nossos nutrientes. Ou podemos nos assumir solo fértil e passar a fazer o que é da natureza primeira da educação: mobilizar uma fartura de insumos para que dele se gere mais vida, para que nele se criem raízes, fortes e profundas, e para que novas sementes, graciosa e abundantemente, germinem vigorosas.

[1] Project Tomorrow é uma organização sem fins lucrativos que realiza, desde 2001, a Speak Up, pesquisa anual que já ouviu centenas de milhares de estudantes, pais e professores norte-americanos sobre questões relacionadas à educação e à tecnologia na educação.

Seus relatórios oferecem um vasto material de pesquisa e referência.

 
 
 

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