Grandes poderes com grandes responsabilidades: cidadania digital.

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Adoramos quando os estudantes se mostram capazes de aprender, descobrir e colaborar. E, enquanto educadores deste século, temos nos empenhado muito para trazer para dentro das salas de aula o desenvolvimento dessas habilidades.

A questão é que isso costuma ocorrer do lado de fora delas. O mundo da descoberta, da colaboração e da aprendizagem se enraíza bem distante dos limites da realidade de nossas humildes paredes e se nutre - quase exclusivamente - do universo digital.

Inexoravelmente entrelaçado em nossos alunos, é por ali que circulam, entre uma enorme variedade de coisas, uma infinita variedade de fontes de pesquisa, as conversas sobre atividades escolares, as articulações - e, muitas vezes, a inteira execução - dos trabalhos em equipe. Aliás, é por ali que se formam equipes colaborativas independentemente de nossa pretensa capacidade de organizar as relações entre os estudantes. Eles têm, queiramos ou não, dupla nacionalidade: a analógica e a digital. E isso é tão irreversível quanto fantástico.

Se atribuímos às escolas o papel de "formar cidadãos", é impossível não se atualizar a abrangência da expressão e assegurar à cidadania digital um papel de destaque nessa tarefa. A boa notícia é que este mesmo vasto mundo digital que nos desafia nos oferece também muito material bacana - disponível gratuitamente - para ajudar.

Um deles é o Common Sense’s Digital Citizenship Curriculum desenvolvido em parceria entre a Common Sense Education e o Project Zero da Harvard Graduate School of Education. Completíssimo em sua abordagem, disponibiliza muito material (em inglês e em espanhol), incluindo-se planos de aula, para estudantes da Educação Infantil ao Ensino Médio, estruturado em seis eixos:

• equilíbrio digital e bem-estar;

• privacidade e segurança

• pegadas digitais e identidade;

• relacionamentos e comunicação;

• cyberbulling, conflitos digitais e discursos de ódio;

• notícias e letramento em mídia.

Vivemos numa época em que temos o mundo ao alcance de nossas mãos. Vivemos entre a abundância de acesso a uma infinidade de recursos digitais - com todas as suas possibilidades - e a ultra exposição de nossos dados, pensamentos, sentimentos, opções, conflitos e relacionamentos. Grandes poderes, sem dúvida. E, como já professara Tio Ben, há exatos 60 anos, num distante contexto analógico, com eles, precisam vir as grandes responsabilidades. Neste momento, isso se chama Cidadania Digital.