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Como aprender continuamente.

Ou: como construir sozinho pontes para cruzar os abismos que cavaram sob seus pés.


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Um artigo do LinkedIn, com o mesmo título deste post, traz três breves dicas sobre como se tornar um lifelong learner, "uma das habilidades necessárias para manter a empregabilidade", segundo a autora. Impossível discordar. Uma das habilidades necessárias para se parar em pé neste mundo que gira tão rápido, penso eu.


Impossível ler e não criar aquele clássico paralelo com a vida escolar, sobretudo com a educação básica. Se é assim que os meninos teriam e terão de ser, como foram e estão sendo preparados, nutridos, instigados, despertados?


Novo significado para aprendizado: não pense apenas na graduação formal, a chave é pensar em aprendizados em torno da vida, que se integram à rotina e possuem diferentes formatos. (dica #1)

Uma única dose de educação, tomada até os vinte e poucos anos, não haverá de sustentar a produtividade de uma longa vida, que se estenderá por mais uns quarenta anos - no mínimo.


Até há pouco tempo atrás, quem buscava agregar aprendizado à graduação formal, ou fazia um curso específico (de computação ou de idiomas) ou partia para uma pós, uma especialização ou um MBA. Variações dentro de um mesmo espectro: opções com currículos formais, desenhados de cima para baixo - mais relevantes, muitas vezes, pelo pedigree da instituição que os certificava do que por aquilo que neles estava contido.


Hoje, há inúmeras opções de microlearning e possibilidades de aprendizagem contínua estão disponíveis por toda a parte. O curso que se tem é o curso da vida de uma pessoa e seu currículo é feito de interesses, necessidades e oportunidades distribuídas horizontalmente, abundantes e acessíveis.


De que maneira a educação tradicional cria oportunidades para que os estudantes fujam daquele currículo verticalizado, top down, desenhado há décadas (séculos?) e replicado ano após ano?


Mentalidade de crescimento: tudo que está bom, pode melhorar, até aquele ponto que você considera seu diferencial. (dica #2)

Imagine que a mentalidade de crescimento seja um cubo de gelo. Imagine que a educação que se observa majoritariamente em nosso país seja uma fornalha. Acesa, com o mostrador trincando na capacidade máxima... Imagine-se pegando o gelo cuidadosamente com uma pinça e levando-o até a fornalha... Então...


Escolas tradicionais ainda se dedicam a explicar a diferença entre se ser "de humanas" ou "de exatas". Leio, num blog de uma delas (e prefiro não citar a fonte), considerações sobre o grande impasse que um estudante enfrenta quando, durante o ensino médio, precisa escolher entre exatas ou humanas... E seguem-se artigos e mais artigos que "orientam" o estudante a identificar se ele é mais de uma área ou de outra. Como assim, me pergunto? Em que parte do mundo real existe essa divisão? Áreas não se cruzam e não se complementam no fazer profissional?


Como esperar mentalidade de crescimento em mentes (de)formadas desde cedo com milhões de mensagens cotidianas ecoando que habilidades, inteligência e talentos são traços - destinos, dons ou fatalidades - inerentes, estáveis e imutáveis? Como esperar mentalidade de crescimento em mentes forjadas para acreditar que o erro é um problema, um desvio, um motivo de vergonha e não parte integrante do aprendizado?


Aprender de tudo e qualquer coisa: com tantas opções de aprendizado, fica difícil escolher. Encontrar a relevância de um conteúdo para sua vida ajuda na escolha e no processo de aprendizagem. (dica #3)

Se fazer escolhas não é fácil quando se tem muitas opções, mais difícil ainda será fazê-las quando se passa a existência sem a possibilidade de exercitar esse direito. Estudantes atravessam toda a trajetória da educação básica simplesmente digerindo aquilo que lhes foi imposto. E tendo sua "insolência" repreendida quando perguntavam (sim, muitos perguntam) por que eu tenho de aprender isso?, ou seja, quando tentavam "encontrar a relevância de um conteúdo para a sua vida".


Resposta: para que você possa ser aprovado no vestibular e fazer parte de um mercado de trabalho no qual, para se manter vivo, precisará descobrir isso sozinho. E o tempo todo. Boa sorte!

Dizem que ensinar a pescar é muito melhor do que dar o peixe... Temo que estejamos distribuindo baiacus. Matam a fome, por muito pouco tempo. E, para completar, quem os consome corre o seríssimo risco de não mais voltar a pescar.


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